domingo, 4 de outubro de 2015







Sobre a ultima lua...

E se déssemos vinho para a lua beber?
Da ultima vez, ela ficou vermelha se encheu de sangue, ficou quente e amou.
Ontem tive novamente desejo de ser útero, de amar, acolher...não achei ninguém.
Me uni a lua.
Ela desceu ao meu encontro rubra um pouco tímida, porem sem insegurança encheu a minha a casa.
Tudo dependia só de um convite.
E na vida quem espera uma oportunidade é como apertar o gatilho, já esta carregada.
Na minha sala a efémera e aveludada lua dançava colada ao meu ventre.
Deixamos para trás os porquês de sermos sós e começamos a praticar a união de nossas aguas ensolaradas.
E ela foi tão bela e silenciosa ao revelar-me sua visão. Elegante com suas lembranças de tanto tempo.
Meu silencio foi o que ela mais adorou em mim. Relembrou-me a fragrância dos deuses.
Quando se ouve o som do mundo , fica fácil ouvir o som das almas.
A simbiose desliza por entre as veias, sem que se faça força, basta só existir.
E eu existo.
Acordada, fez-se real o ritual, minhas aguas saíram vermelhas esmeraldas escarlate, cereja, suor do útero amante...purificando minha força de mulher.
Agora lua cheia, outra hora minguante, em breve nova e para sempre crescente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário